quarta-feira, 17 de julho de 2013

Resenha: Anjo Mecânico de Cassandra Clare


Ok! Talvez eu seja (muito) suspeita para falar de Cassandra Clare, talvez The Mortal Instruments seja a série mais hype do planeta e Cassandra Clare A autora do momento, mas o que eu posso fazer? Sou completa e indiscutivelmente apaixonada pelo mundo e personagens que essa mulher criou. Eu até poderia endeusá-la se no final de todos os seus livros eu não quisesse bater na porta dela e pular no pescoço dessa ruiva. 

Anjo Mecânico estava na minha estante desde novembro do ano passado (é, faz muito tempo) e eu estava protelando a leitura  até quando não pudesse mais porque (a) eu sabia que se eu lesse o primeiro ia morrer pelos próximos, (b) estava numa vibe mais clássicos do final para o começo desse ano e (c) eu realmente relaxei a leitura até maio desse ano.
Parece exagero, mas a escrita da Sra. Clare já me é tão familiar quanto minha própria voz, e ler os livros dela me causa certo conforto; e aqui, mesmo notávelmente diferente e formal (por conta da época em que a história se passa e tudo), reconheci os toques exclusivos de sua escrita.
A trilogia Peças Infernais é como se fosse um spin off de Os Intrumentos Morttais, a história se passa no mesmo mundo dos Caçadores de Sombras só que por volta de duzentos anos antes de Clary, Jace, Valentim etc. 

Anjo mecânico apresenta o mundo que deu origem à série Os Instrumentos Mortais, sucesso de Cassandra Claire. Nesse primeiro volume, que se passa na Londres vitoriana, a protagonista Tessa Gray conhece o mundo dos Caçadores de Sombras quando precisa se mudar de Nova York para a Inglaterra depois da morte da tia. Quando chega para encontrar o irmão Nathaniel, seu único parente vivo, ela descobrirá que é dona de um poder que capaz de despertar uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das forças do submundo. 

A personagem principal aqui é Tessa Gray, uma jovem orfã americana que acaba de perder a tia e sem ter para onde ir ou qualquer tipo de posse, recebe do irmão uma carta com uma passagem para a Inglaterra - onde este vive há um certo tempo. O livro começa narrando a chegada de Tessa á Inglaterra e a emboscada da qual foi vítima; adentrando um mundo sombrio e completamente desconhecido, a garota descobre ser dona de um poder único e que pode desencadear a fúria entre nephlim e o submundo. O único desejo de Tessa, porém, é salvar seu irmão Nathaniel, até então desaparecido.
Tessa é altruísta, corajosa e bastante madura para sua idade, observadora e dona de uma mente afiada, embora possua uma personalidade introspectiva, Tessa é amante dos romances literários e aguenta firmemente todas as situações terríveis que lhe são imposta.
Um pouco mais á frente na estória, conhecemos Jem Carstairs e Will Herondale, jovens Caçadores de Sombras que estão dispostos a ajudar Tessa. Jem é delicado, sensato, bem humorado, ótimo amigo, possuí seus próprios demônios do passado, mas isso só faz o leitor sentir-se mais condolente quanto á ele. Parabatai do Sr. Carstairs, William Herondale é praticamente o contrário do melhor amigo: enganador, boêmio, insolente, egoísta e misterioso. E lindo.(Lindo demais, preciso destacar, mesmo que eu tenha, em noventa por cento do livro, querido chutá-lo na canela, mas essa é só a minha opinião), começamos e terminamos o livro sem realmente saber quem é Will Herondale e porque dessa sua amargura eminente. Obviamente, e ela deixa isso extremamente claro, Cassandra preparou o terreno para um doloroso triangulo amoroso neste primeiro livro. Isso não é nenhum spoiler, sério! 
Tipicamente escrito em terceira pessoa, em Anjo Mecânico viajamos por uma Inglaterra vitoriana soturna e cinzenta de cenário e figurino pomposos. Também é dado certa atenção aos conflitos femininos da época, a dificuldade de exercer um cargo de extrema importância sendo mulher, as duvidade e complicações sobre ser ou não ser uma guerreira; Cassandra foi bastante crítica neste ponto. E apesar de serem do mesmo mundo,  e de compartilharem certas personagens e algumas situaçãos causarem familiaridade, a diferença entre Instrumentos Mortais e Peças Infernais é gritante! Por ser um trabalho mais recente da autora, notamos uma grande evolução tanto em sua escrita quanto em sua linha de pensamento. Com certeza,  o enredo de As Peças Infernais é bem mais complexo do que o de Instrumentos Mortais, e já podemos perceber isso no primeiro livro da trilogia.
O livro não termina com todas as nossas duvidas respondidas, elas são apenas superficialmente esclarecidas e por conta disso mais e mais questionamentos e dúvidas surgem, ou seja, os ganchos para a continuação.
Regado pela característica ação devastadora de Cassandra, Anjo Mecânico é surpreendente, suas personagens são apaixonantes, para quem, assim como eu, é apaixonado pelos Caçadores de Sombras de Cassandra Clare, essa série só vai instigar mais a curiosidade pelo universo criado pela autora. Eu mal posso esperar para ler a continuação, O Príncipe Mecânico, embora saiba que as coisas vão ficar cada vez mais complicadas daqui para frente.
E depois de toda essa divinização, tenho uma pergunta para vocês, será que Cassandra Clare é uma das minhas autoras favoritas?!

Resenha: A Probabilidade Estatística de Um Amor à Primeira Vista de Jennifer E. Smith




Você acredita em amor à primeira vista? Bom, se esta pergunta fosse feita a mim, Bianca-no-ápice-de-seus-dezesseis-anos, eu diria que sim. Em uma situação fictícia. Ou seja, só em romances.

Enfim, o ponto aqui é que depois da leva John Greeniana na minha vida tenho cada vez mais me apaixonado por livros simples como estes e A Probabilidade Estatística estava na minha lista havia um tempo, mas foi só este ano, quando a lindíssima da Galera Record trouxe o livro para o Brasil, tive a oportunidade de ler.

Escrtio pela Nova Iorquina, Jennifer E. Smith (autora de diversos best sellers), A Probabilidade Estatística de Um Amor à Primeira vista conta a história de dois adolescentes, que por desejo do destino, acabam se conhecendo em um aeroporto. 

Sinopse - A Probabilidade Estatística do Amor À Primeira Vista - Jennifer E. Smith
Com uma certa atmosfera de Um dia, mas voltado para o público jovem adulto, A probabilidade estatística do amor à primeira vista é uma história romântica, capaz de conquistar fãs de todas as idades. Quem imaginaria que quatro minutos poderiam mudar a vida de alguém? Mas é exatamente o que acontece com Hadley. Presa no aeroporto em Nova York, esperando outro voo depois de perder o seu, ela conhece Oliver. Um britânico fofo, que se senta a seu lado na viagem para Londres. Enquanto conversam sobre tudo, eles provam que o tempo é, sim, muito, muito relativo. Passada em apenas 24 horas, a história de Oliver e Hadley mostra que o amor, diferentemente das bagagens, jamais se extravia.

Sobre essa sinopse só posso dizer que discordo com a comparação ao Um Dia, mas isso já é outra história.

Contado em apenas 24 horas,o livro começa quando nossa querida Headley Sullivan, 17 anos, desconsolada e com o coração partido ao ver seu pequeno mundinho passar por mudanças drásticas, acaba, por apenas quatro minutos, perdendo o vôo nada desejado para a Inglaterra - onde acontecerá o casamento do pai. Ela é obrigada, então, a esperar pelo próximo vôo no aeroporto de Nova Iorque, onde casualmente conhece o encatador britânico e estudante de Yale Oliver.

Por conta de uma simples situação envolvendo a mala de Headley, Oliver e garota acabam se aproximando e, eventualmente, descobrem que possuem o mesmo destino e cadeiras extremamente próximas no avião (18A e 18C). 

A partir disto nós temos sete horas de vôo com duas das personagens mais meigas que já conheci compartilhando medos e experiências, histórias e risadas como se fossem velhas amigas. Apesar desses fatos compartilhados, não somos apresentados àquela enrolação literária típica, como a vida total das personagens, amigos, desejos futuros ou nada disso, apenas fatos que envolvem e justificam as situações vividas naquele momento, o que torna a leitura mais real, como se já conhecessemos as personagens e suas vidas e estivessemos presenciando só mais uma circunstância nada mais que cotidiana.

"É isso que se faz em aviões. Você divide um apoio de braço com alguém por algumas horas; troca histórias sobre a sua vida, conta uma coisa ou outra, talvez uma piada. Comenta sobre o tempo e sobre a comida, que está ruim. Escuta o outro roncando. E, depois, diz adeus."
Como definir esse livro? Ah, já sei: "Awwwwwwwwwwwwwwww". Quando digo que Headley e Oliver são duas das personagens mais meigas que já conheci, falo sério! Não existe nada de tão profundo e extraordinário neles ou em suas respectivas histórias, mas, acredito eu, que está seja uma das principais razões deles serem tão reais, e de nos identificarmos tanto com os mesmos. Com certeza, este é um daqueles livros em que você primeiro se apaixona pelas personagens e depois pela história em si.
Inicialmente, acreditava que o livro passava em torno dos dois, do romance e como uma situação tão pequena poderia mudar a vida de uma pessoa para sempre. Mas não é assim. Não totalmente. O foco principal do livro é, pude perceber, laços familiares e como todo mundo precisa de apoio. Headley e Oliver juntos são este apoio que eles acreditaram não mais possuir, ou até talvez uma escapatória.
O livro todo é bastante simples, despretensioso e de uma delicadeza notável. Do tipo que te faz rir, suspirar e sentir uma compaixão excessiva pelas personagens. Digno de nota e releitura. Após o término da leitura, a única coisa que se passa pela nossa cabeça (principalmente a cabeça de Bianca-no-ápice-de-seus-dezesseis-anos) é: POR QUE DIABOS ISSO NÃO ACONTECE COMIGO?