Bom, antes de qualquer coisa, preciso revelar aqui que sou apaixonada por literatura infantil.
Ou melhor: sou apaixonada por literatura infantil brasileira! Nossos autores têm uma poesia e uma delicadeza tão gostosa de se ler. Tão leve. Amo e amo!
Luna Clara e Apolo Onze é assim, só que melhor! Começando com o fato de que o Ziraldo escreveu o texto de orelha desse livro, e elogiou muito. O Ziraldo! Tá aí o meu favorito, mas essa história fica pra algum outro post.
Continuando essa resenha, eu lhes conto porque esse livro é "melhor": é infantil mas não é!
Mas como?
Tem a inocência, tem a leveza, tem a poesia e tem o... Tamanho.
327 páginas. Quantas crianças de oito anos você conhece que leram livros de 327 páginas? Pois então! Luna Clara e Apolo Onze é aquele livro pra mamãe ler pro filho de noite, sabe? A história é curta, tem aventura, tem romance, tem poesia... Tem tudo o que precisa pra deixar a criança e a mamãe entretidos. Não é um livro infantil, na realidade. É um livro pra qualquer idade, desde que a pessoa tenha a mesma inocência que tinha quando era criança.
A história é sobre Luna Clara e Apolo Onze (ah, sério?!), mas também sobre Doravante e Aventura, os pais de Luna Clara. Antes mesmo de Luna Clara nascer, Doravante sumiu misteriosamente! E o homem mais sortudo do mundo perdeu, em segundos, tudo de bom que tinha.
No futuro, Luna Clara tem a mesma rotina desde quando se entende por gente: espera o seu pai na estrada de sua cidade, Desatino do Norte. O que ela mais quer na vida é conhece-lo.
Apolo Onze não quer nada. A única coisa que ele quer é querer. Quando nasceu, seus pais quiseram comemorar e fizeram uma festa. Uma festa em Desatino do Sul, que não tinha hora pra acabar. E acabou durando por anos e anos.
A única coisa que separa Luna Clara e Apolo Onze é o Meio do Mundo, onde qualquer um que passa por lá perde alguma coisa.
O que eu queria mesmo era dar uma sinopse esclarecedora e decente aqui. Mas se eu fizer isso, vou revelar o livro todo. E isso eu não posso fazer. Não posso e não posso. Esse livro é uma daquela dádivas que todos devem conhecer e ler, sabe? Tipo "O Pequeno Príncipe". Além disso, outra semelhança com "O Pequeno Príncipe" que vai agradar muito: o livro tem um pouco daquela filosofia sobre a vida de "gente grande", quando passamos por situações simples, mas que teimamos em não entender ou complicar mais.. A diferença é que aqui, isso vai ser muito mais sutil (mas não com menos credibilidade).
Vou deixar aqui comentários de alguns leitores no Skoob que podem despertar curiosidade:
"O encontro de uma espera com uma vontade de querer."
Julyana Brandão
"Uma dose de fantasia, outra de expectativa, um pouco de filosofia, mais uma dose de sensibilidade e muita criatividade... O resultado?
Adriana Falcão!"
Carol Christo
"O livro oferece para o leitor o que chamarei aqui de "dança", como se fosse um salão cheio de palavras que por ora toca samba, depois bolero, depois rock, valsa... Onde o leitor dança no ritmo da narrativa, em passos descompassados ou não, deixando-se levar por essa "festa", por esse "rebuliço bom", que Adriana Falcão propõe.
Luana Cavalcanti
Me apaixonei pelo livro no instante em que terminei de ler sua primeira frase, e me perguntei o porque de eu ter demorado tanto pra lê-lo, sendo que já o conhecia. Ele é, como eu já disse, extremamente leve de se ler.
Aí o leitor me pergunta "por que eu vou ler isso? A história me parece bem boba e simples". Até que é, até que não é... Sabe quando o desencadear da história tem aquelas peculiaridades? Então. Eu, particularmente, amo um clichê. Principalmente quando ele tem suas pequenas peculiaridades que no fim fazem da história um total anti-clichê.
(Não que Luna Clara e Apolo Onze seja um clichê. Adriana Falcão passa bem longe disso, que fique claro!)
"Luna Clara e Apolo Onze" é imperdível para aqueles que gostam de literatura infanto-juvenil, poesia, romance e sutileza (não necessariamente ao mesmo tempo).